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Bom, chegamos a 2015. Parecia muito
distante quando ouvi pela primeira vez sobre esse ano. O ano era 1982 e um
jovem guitarrista e skatista viajava com um velho louco num Delorean para 2015
procurando saber sobre o futuro.
Lá chegando encontravam carros voando,
postos de combustível atendidos somente por robôs e uma infinidade de coisas
novas, como um tênis nike que amarrava sozinho.
Pensei muito sobre isso em 1982. Como será
2015? Eu tinha 7 anos e estava num cinema na praia assistindo a tudo aquilo com
amigos. Um deles, que nos levou até lá, tinha 18 anos e um opala com muita
coisa eletrônica, mas definitivamente passava longe do que temos hoje.
Em 30 anos vi o mundo mudar, vi anúncios
serem feitos, vi carros serem desenvolvidos, porém vi que muita coisa andou
para a frente, e muita coisa para trás.
Naquele tempo, há 30 anos atrás, os carros,
assim como em 1890, tinham 4 pneus, nele cabiam 4 pessoas, a velocidade média
era de 20 km/h e tinham um motor um pouco barulhento. Com exceção do barulho,
nada mudou. Os carros são confortáveis,
tem ar condicionado, direção hidráulica, são silenciosos, tem estofados
macios, que esquentam, mas sua função na sociedade não mudou. Chego em 2015
frustrado com os carros que temos, depois de bilhões investidos em P&D
nessa área. Nem a baliza conseguiram resolver. Parecia simples acionarmos o
modo estacionamento e o carro virar suas rodinhas em alguns graus, suficientes
para o carro se adaptar a uma vaga. A baliza ainda é necessária, mesmo após 100
anos de estudos.
O que quero dizer com isso, meus amigos, é
que a evolução maior ocorreu em outro campo. Temos evoluções no campo da
tecnologia da informação, com a introdução da rede e dos inúmeros dispositivos
conectados a ela e no campo da genética, onde parece que há um outro planeta a
ser desvendado.
Os recentes estudos no campo e as mais
novas descobertas com o uso de células tronco, mapas genomicos, impressão de
tecidos, previsão de doenças, estudos na área química, física, esses sim tem
possibilitado olharmos o mundo de forma diferente.
Na área da saúde isso modificará de forma
intensa a nossa agenda da saúde, com a introdução de nossos elementos, que
colocarão em cheque até a nossa capacidade de ir a um médico. Com a chegada do
google, os médicos tiveram que se adaptar a um paciente mais informado, talvez
não mais qualificado, mas antenado a palavras que anteriormente tinham um saber
exclusivo.
A evolução na área genética nos possibilita
olhar para frente com menos medo de palavras ruins como câncer por exemplo, e
nos identificar com a previsibilidade das inúmeras disfunções que por ventura
podem nos afligir.
Imagino que daqui a 30 anos olharemos para
o passado com outros olhos, serão anos de mudanças bruscas em nosso sistema,
assim como ocorreu nos meios das comunicações. Haverá mudança no status quo.
Mudanças essas que ocasionarão a transformação do que temos hoje com a chegada
de novas oportunidades de trabalho, menor fronteira entre o paciente e o
médico, criação de novas palavras, conceitos. Haverá sim a discussão produtiva
sobre modelos de negócios positivos e sustentáveis que suportem a mudança.
Haverá sim um espaço pequeno para palavras
como corrupção e quaisquer desvios éticos.
Haverá sim carros voando, mas isso é outra
história.
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