O “if”, em inglês tem a mesma função do que
no português, ou seja, é uma conjunção. Mas não é uma conjunção simples, é uma
conjunção subordinativa, e pode ser de três formas: causal, condicional ou
integrante.
Sei que isso não é aula de português, mas
adiciona ao artigo um elegante início para o que eu vou falar em seguida.
Esse tal de “if” tem matado os planejamentos das empresas, pois sendo o que é, deveria ser empregado com mais cautela ou com mais embasamento.
Veja por exemplo o caso de uma empresa
iniciando sua função na sociedade. O empreendedor vai buscar investimento e usa
sempre a tal conjunção dizendo que “se” X por cento do mercado alvo comprar da
empresa eles estão ricos. Ainda frisa no final que é uma projeção conservadora.
Amigos, digo por experiência, pois já vi
mais de 100 casos desse. Todos falharam.
Passo então agora a pedir para meu time
fazer projeções terroristas, alarmantes, cenários pavorosos, e neste caso
chegamos a números mais reais.
Num planejamento as pessoas desconsideram
inúmeras variáveis: pessoas ( a mais importante de todas), concorrência,
economia, demografia, geografia, cultura, política, ambiente, sociologia, e até
mesmo os menos recorrentes: pandemias, destruições, guerras, tsunamis, bombas,
etc.
Por conta desse tal de “if”, que acaba
criando cenários positivos, digo que a decepção é filha da expectativa. O “if”
cria muita expectativa, trazendo num momento seguinte decepção.
Penso que num momento mais profissional, as
empresas deveriam utilizar-se de mais padrões científicos, de mais qualidade
nos dados, de mais informação, mesmo que secundária, terciária, mas de
qualidade.
Lembro-me que um dia eu discutia com uma
equipe de vendas de 28 vendedores e um deles me disse: precisamos diminuir os
preços. Os clientes estão reclamando. Perguntei: quantos clientes disseram
isso? Fale os nomes deles. Eram 2 no meio de 830. Ou seja, iria tomar uma
decisão baseada na opinião de 2? Lembro-me também de um político, que ao ser
provocado por seu oponente na eleição através de um cartaz num poste dizendo
que ele seria “pederasta”, vai até a televisão e nega tudo. Somente amplificou
o problema.
É mais do que importante, é vital o
entendimento sobre números, sobre projeções, sobre expectativa, sobre
investimento. Dinheiro não nasce do chão para colocarmos emoção nas previsões.
Por outro lado, é a emoção que faz com que
o empreendedor prossiga em meio a tantos desafios. É ela que garante seu
sorriso pela manhã no meio do caos, que faz com que seus olhos brilhem e
conquistem cada vez mais novos seguidores, sejam eles clientes ou funcionários.
Acredito que o equilíbrio entre o sonhador
nato e um porto seguro ao seu lado é a mistura perfeita para garantir
perenidade e sustentabilidade ao “sonhar acordado”.
Acredito nisso, vivo isso a cada dia .
A provocação adicional sobre o tal “if” vem
da área pessoal.
Somos condicionados desde cedo a pensar de
forma subordinada. A tal conjunção que falei, não importa como termine, sempre
é subordinativa, ela sempre condiciona algo a algo.
Na vida pessoal fazemos isso todos os dias,
na profissional idem.
Penso que podemos incluir logo após uma
vírgula seguida de outra conjunção, neste caso uma coordenativa adversativa:
mas, porém, contudo. “Se” isso acontecer seremos ricos, “mas” se não
acontecer...
Healthers - Apaixonados pela saúde
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